sábado, 31 de janeiro de 2015

O GRITO

O problema de se querer escrever alguma coisa, é que mesmo que seja por querer ou por sentir vamos sempre cair na imitação. Mais vale dizer desde já que estou colado a qualquer merda e que talvez comece a uivar como todas as merdas que li. É difícil não uivar com tantas merdas que vi.

Eu vi os escritores europeus a usarem palavras caras e expressões difíceis para ostentarem a sua sabedoria
Eu vi os professores que gostam de literatura a serem mais marginais e foderem as regras
Eu vi os professores gramáticos a defenderem apenas a merda que leram no liceu e a acharem que só aquilo é que era bom, eu vi-os a comer muita merda como se fosse caviar. Mas isso não importa.

A vantagem de se viajar até à Beat generation é que aprendemos a foder as palavras a dizer fodasse e puta que pariu quando tem de ser.
Há casos em que as pessoas não compreendem que o texto precisa do foda-se e do puta que pariu e do cu aberto a rachar nas mossas deixadas pelo diabo. Pelo menos eles escrevem, é mais natural, menos controlado, mais explosivo e ritmado. Ainda bem.

Eu vi tantos filhos da puta a morderem a piça do diabo, a engolirem-lhe o sémen enquanto andavam a pregar de bíblia na mão. O problema deles não era deus ou saber se deus existe, era encontrarem-se naquilo que liam sobre deus para desculparem todos os infortúnios de serem paneleiros e não se conseguirem identificar com isso. Eu vi o filho da puta a esporrar-se desde a Câmara Municipal, na sala que ficava no canto superior direito quem vê a Câmara de frente e a fazer política e a ganhar dinheiro. Eu vi-o a fazer isso e a julgar tudo. Ele até era um gajo porreiro, mas não sabia que era psicopata, adicionava meninos no facebook, criado em privado. Ele papava meninos e antes de ir para casa ia à missa rezar o papado. Pedia desculpas pelo diabo, coitado. Ele precisava de se justificar.

Eu vi aquelas putas a comerem as mamas do diabo, a dizer que queriam uma relação séria e a encornarem o namorado. Eu vi-as fazer isso tudo. Vi-as chupar piças dos 16 aos quarenta, a idade não importava, umas vezes era pelo dinheiro, outras pelo sabor ou vontade. Eu vi-as engolir o sémen do diabo e a ficarem malucas, doente, a acabarem como um bicho invertebrado, prezas ao manicómio onde fiquei internado. Elas é que estavam certas e iam à missa ver qual seria o resultado.

Mas no fim de contas eu é que estava errado
Não faz mal, eu tinha muita merda por ler antes de pensar em morrer. Isto não faz sentido nenhum, de um lado o capitalismo, do outro o comunismo e acabam todos a comer o cu uns aos outros, o Lenine a chupar a piça ao Estaline o Rockefeller a foder com o Rothschild. As mulheres que não levam com piça a ficarem loucas e a comerem meninos. Eu vi essa merda toda na minha geração, já não se tratava de um problema de conhecimento. O ensino banalizou-se e andamos todos aqui aos tombos a chupar a piça ao diabo.

Nada mais há a fazer. Apenas foder, comer, beber e deixar morrer. Parecem cães a lutar pelo posto, eu apenas observo do meu espectro de filho da puta. Como se nunca tivesse lido nada, como se nunca soubesse nada. Tinha medo ou tenho de parecer o diabo, parece que quem sabe falar passa bem mesmo que não diga nada de jeito. Aquele senhor falou muito bem. Burros do caralho. Pode ter dito trinta merdas enroladas em vinte piças, mas como soube entoar e foi confiante já é um bom orador. Não faz mal, antes de morrer vou deixar o meu sémen colado no berço do diabo.

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